Política

Mudança da rodoviária de Manaus para o T6 é criticada por deputados estaduais

A mudança da rodoviária de Manaus, bairro Flores, Zona Oeste, para o local onde está situado o Terminal de Integração 6, bairro Lago Azul, Zona Norte, foi assunto na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM) nesta terça-feira (09).

Durante a sessão, deputados questionaram o uso de R$ 13,1 milhões do convênio da prefeitura com o governo do estado na adequação do T6 para operacionalização do transporte intermunicipal, interestadual e internacional.


O custo total da obra é estimado em R$ 13,8 milhões conforme publicação no Diário Oficial do Município, em março. Segundo o deputado Sinésio Campos (PT) há expectativa de que nos próximos dias, o prefeito David Almeida (Avante) assine a ordem de serviço para início das obras de adequação do T6, o que na avaliação dele é um erro.

“A rodoviária fica a pouco mais de 500 metros da Assembleia [Legislativa], em frente à rodoviária fica a Afeam, fica próxima ao aeroclube. Quem vem, um exemplo, de Itacoatiara, Presidente Figueiredo, pegar um voo tanto no aeroporto quanto no aeroclube, fica pouco mais de 5 minutos. Eu não vou alisar a prefeitura de Manaus. Gastaram lá 16 milhões e querem torrar R$14 milhões e se fosse só da prefeitura eu não ia falar mas estão pegando 13,1 milhões do governo do estado. Essa casa não pode ficar calada”, declarou o deputado. 

O T6 foi entregue ainda na gestão do ex-prefeito Arthur Virgílio Neto (sem partido) a um custo global de cerca de R$ 16 milhões. O local, no entanto, permaneceu inoperante desde a inauguração em dezembro de 2020.

Nos primeiros meses de mandato, David Almeida, sob orientação do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU). Na recomendação técnica, o IMMU, apontou a ineficiência do T6 para atendimento das linhas de ônibus, pois o terminal fica distante das vidas de grande fluxo de veículos.

Em contrapartida, a rodoviária de Manaus foi inaugurada em 1980 e desde lá nunca teve uma revitalização completa. O segundo andar da unidade está totalmente interditado por conta de danos estruturais. Sinésio defende que ao invés da construção da mudança para o T6, haja uma reforma na rodoviária atual que ele estima custar cerca de R$ 3 milhões.

“No local de uma rodoviária têm que ter no mínimo um sistema hoteleiro, restaurantes, praças de alimentação. Eu nunca vi tanta insensatez e as pessoas achando que o povo vai aceitar. Se insistirem, vai ser um elefante branco lá ou seja, o povo não vai fazer uso daquela rodoviária, assim como a prefeitura devia mudar o itinerário para que os ônibus urbanos utilizassem aquele terminal”, disse Sinésio. 

No início do mês passado, uma decisão do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM), determinou a continuidade no processo licitatório da obra, após a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) ingressar com uma representação para barrar a mudança do local alegando falta de estudo quanto aos impactos para os usuários da rodoviária.

“O que norteia toda a discussão é o principio da economicidade. Nós temos um terminal de 16 milhões que vai atender Manaus que crescerá pra lá de uma obra que sairá por R$ 3 milhões. Não sei qual a dificuldade matemática para a prefeitura entender que R$ 14 milhões é bem maior do que R$ 3 milhões”, afirmou Wilker Barreto ao apartear Sinésio. 

Na segunda-feira, o defensor-geral do Estado, Ricardo Paiva, foi pessoalmente realizar uma vistoria no T6 e na rodoviária e afirmou que para que haja qualquer mudança, a população deve ser ouvida pelos órgãos envolvidos no projeto de transferência. No ano passado, a própria DPE-AM realizou uma pesquisa de opinião afirmando que a maioria dos usuários do transporte, permissionários e motoristas de táxi e por aplicativo discordam da mudança da rodoviário para o Lago Azul.