Audiência de réus apontados como autores de homicídio de Bruno e Dom é remarcada para maio
Os depoimentos de Amarildo da Costa de Oliveira, Oseney da Costa de Oliveira e Jefferson da Silva Lima, apontados pela polícia como autores dos homicídios do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, ocorrido em julho do ano passado, foram adiados e remarcados para dia 8 de maio, segundo nota emitida pela Subseção Judiciária do município de Tabatinga (distante 1.108 quilômetros em linha reta de Manaus).
Amarildo, Oseney e Jefferson seriam ouvidos hoje (17), por meio de videoconferência, durante a realização da Audiência de Instrução e Julgamento. Mas a Justiça Federal do Amazonas acabou atendendo um pedido da defesa dos três réus, que alegou que o encontro com os advogados, antes das sessões, deve ser gravado de maneira reservada, e diante desse fato, foi solicitado o adiamento.
“Em atendimento ao pedido da defesa, que entendeu que haveria prejuízo, caso o interrogatório dos réus acontecesse hoje, o juiz federal Fabiano Verli determinou que o interrogatório seja realizado no dia 8 de maio de 2023. Durante a audiência, o magistrado foi informado sobre um Habeas Corpus (HC) interposto pela defesa, pendente de julgamento pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, no qual ela discute o indeferimento pelo juízo de algumas testemunhas. O deferimento do HC pode alterar a data marcada para o interrogatório dos réus“, informa a nota.
Ainda conforme a nota, três testemunhas de defesa foram convocadas para a sessão de hoje (17). Duas foram ouvidas e uma dispensada pelos advogados. Nessa etapa, as audiências têm por objetivo definir se os três irão a Júri Popular. “A Subseção Judiciária de Tabatinga informa que a foi iniciada no horário previsto e duas testemunhas de defesa foram ouvidas em juízo no período da manhã. A terceira que estava intimada foi dispensada pela defesa“, destaca a nota.
O crime
O indigenista licenciado da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Bruno da Cunha Araújo Pereira, e o jornalista britânico Dominic Mark Phillips, foram assassinados em junho de 2022 na Região Amazônica, dentro da Terra Indígena Vale do Javari.
Eles desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação naquela região e foram vistos, pela última vez, no dia 5 de junho, quando passavam em uma embarcação pela Comunidade São Rafael.
Além dos três acusados, a Polícia Federal (PF) apontou que o mandante intelectual do crime é Ruben Villar, conhecido como “Colômbia”. As investigações mostraram que ‘Colômbia’ forneceu as munições e embarcações para a execução do crime, motivado por conta da fiscalização para combater a pesca ilegal na região.