Nesta sexta-feira (19/09), a Escola Estadual Sant’Ana, localizada na zona Sul de Manaus, foi palco de uma experiência única. Alunos e professores tiveram a oportunidade de vivenciar de perto a apresentação da Amazonas Filarmônica, dentro do projeto Vivência Cultural. O encontro também marcou uma data especial: os 28 anos da orquestra, celebrados com um parabéns coletivo cantado pelos estudantes ao final do concerto, que foi encerrado com a execução do Hino Nacional.
O projeto é uma iniciativa da Central de Artes e Educação da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, em parceria com a Secretaria de Educação. Durante a atividade, os jovens puderam interagir com os músicos, aprender sobre os instrumentos da orquestra e esclarecer dúvidas diretamente com os artistas.
“Vivência Cultural é sempre uma experiência emocionante para os músicos, porque, a partir do momento em que a orquestra começa a tocar, os olhos dos jovens começam a brilhar, as bocas se abrem, eles fazem perguntas, se entusiasmam, começam a reger a música. Todos nós, que hoje tocamos na orquestra, começamos assim: assistindo e sonhando em estar no palco”, destacou o maestro Otávio Simões.
A gestora Bárbara Kely Lima, da Escola Estadual Sant’Ana, reforçou a importância do contato direto dos alunos com a arte: “É muito importante vivenciar essa cultura e trazê-la para os estudantes, porque muitos deles não têm a oportunidade de conhecer os instrumentos ou o Teatro Amazonas. Precisamos divulgar ainda mais o que é a cultura do Amazonas e da região Norte, que é única em todo o Brasil”, afirmou.
Um dos momentos mais marcantes foi protagonizado pelo violinista Silvanei Correia, ex-aluno da escola: “Depois de mais de 20 anos, voltar aqui como músico, já com uma carreira na orquestra, é uma alegria. Tenho muitas memórias boas dessa escola e espero que os alunos me vejam como exemplo — para também pensarem em uma carreira musical e, quem sabe, um dia retornarem às suas escolas com essa profissão que a gente ama tanto, que é a música”, contou.
O coordenador do projeto, Baldoino Leite, ressaltou o impacto da ação na formação dos estudantes. “Esse projeto é importante por aproximar os corpos artísticos do contexto escolar, sobretudo dos alunos do ensino médio, que estão em busca de se profissionalizar. Também mostra que a carreira artística é um caminho possível, pois, no nosso estado, há corpos artísticos que empregam músicos, bailarinos e outros profissionais”, comentou.
Para os alunos, a experiência foi inesquecível. A estudante Hadassa Viana comentou: “Eu não entendo nada sobre música clássica, mas acho incrível como a sincronização é impecável. Para chegar a esse ponto, é preciso muita dedicação. Nunca tinha visto algo assim em uma escola — está sendo uma experiência única.”
Já a aluna Nayá Azevedo, que foi convidada a reger a orquestra por alguns instantes, destacou a emoção do momento. “Foi muito legal ver a orquestra desse ângulo, da frente, como o maestro vê. O som vinha todo na minha direção, consegui sentir que eles acompanhavam cada gesto meu. É algo emocionante e me fez entender melhor a profissão do maestro”, disse.
Para ela, o projeto também democratiza o acesso à cultura. “Nem todo mundo tem tempo ou condições de ir ao teatro. Então, trazer a orquestra para dentro da escola é muito importante, porque nos dá acesso sem sair da nossa realidade. Nunca tinha visto uma filarmônica se apresentando na quadra de uma escola assim, e achei a ideia do projeto excelente.”
O evento reforçou a missão do Vivência Cultural: aproximar os corpos artísticos da comunidade escolar, inspirar jovens talentos e consolidar a música como um espaço de inclusão, memória e transformação social.
Sensação
Vento
Umidade