Destaque092

Ameaças às escolas: operação apreende 47 crianças e adolescentes no AM

Comitê Interinstitucional de Proteção, Monitoramento, Guarda e Segurança Escolar e o Núcleo de Inteligência e Segurança Escolar (Nise) apresentará, nesta quinta-feira (13), o balanço da Operação Digital Vigilance, que resultou até o momento na apreensão de 47 crianças e adolescentes envolvidos na propagação de ameaças de ataques a escolas de Manaus, por meio de perfis de terrorismo na internet.

As ações foram coordenadas pela Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc), em conjunto com a Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai), e com apoio do Departamento de Inteligência e Polícia Judiciária (DIPJ/PC-AM), e do Núcleo de Inteligência e Segurança Escolar (Nise), implantado pelo Governo do Amazonas na Secretaria de Estado de Educação e Desporto.

De acordo com o coordenador do Nise, delegado Denis Pinho, até esta quinta-feira (13), o trabalho do núcleo resultou na apreensão de 47 crianças e adolescentes. Sendo que dois adolescentes estão sendo conduzidos para a Deai e outro os policias estão em diligências. Através do Nise as equipes também estão combatendo as fake news e ameaças que vem sendo propagadas em redes sociais.

Os alunos apreendidos, todos menores, são autores das ameaças propagadas na internet, tendo como possíveis alvos escolas localizadas nas zonas norte, leste, centro-sul, oeste e centro-oeste de Manaus.

Segundo o delegado da Delegacia Especializada em Repressão a Crimes Cibernéticos (Dercc), Antônio Rondon, todas as denúncias que chegaram até a delegacia foram identificadas. Os adolescentes entre 13 e 15 anos foram devidamente apreendidos e encaminhados a Deaai.”Não existe anonimato na internet. Adolescente que pensam em criar página utilizando dados falsos achando que está anônimo, isso não existe”, disse.

A delegada titular da Deaii, Juliana Tuma, informou que todas as denúncias e noticias crimes envolvendo violência e ameaças no ambiente escolar estão sendo devidamente apuradas e identificadas.

“Os adolescentes estão sendo responsabilizados e encaminhados ao juizado infracional. é importante que a gente peça que não se compartilhe fake news, ameaças, porque isso dificulta a investigação. Não identificamos nesse momento se esses alunos apreendidos estavam se comunicando entre si. Porém, a inteligência está trabalhando no sentido de identificar se há uma ligação entre os alunos”, disse.

Na terça-feira (11), sete facas, dois canivetes, dois simulacro de armas de fogo, estoque de tesoura e spray de pimenta caseiro, encontrados na mochila de quatro alunos do Colégio Militar da Polícia Militar IV – Áurea Pinheiro Braga (CMPM IV), na zona leste de Manaus.

Sobre a presença de alunos com materiais ilícitos nas escolas, a secretária da Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc), Kuka Chaves, reforçou que não será permitido que nenhum adolescente ou criança leve armas mesmo que seja para se defender.

“No ambiente escolar nos não temos como permitir que uma criança leve algum material ilícito. Sabemos que é um momento tenso, mas nós pedimos calma e que os pais não incentivem que os filhos levem esses tipos de armamento. A partir do momento que essas crianças forem pegas com uma faca, um revolver, estiletes, elas serão levadas até as delegacias para prestar esclarecimentos”, explicou.

O secretário de Estado de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), general Carlos Alberto Mansur, reforçou que a SSP-AM está dando todo o apoio nas ações das forças de segurança da Polícia Militar e da Civil. Disponibilizando a rede de inteligências, as redes de comunicação e também equipes especializadas para atuar no núcleo de inteligência que foi criado para o combate das ameças que estão acontecendo nas escolas”.

O comandante geral da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM), CEL Vinicius Almeida, disse que nesse momento a união do Estado e a união dos pais é fundamental. “Os pais fiscalizando os filhos, conversando principalmente. Esse momento que temos para compreender que os filhos não podem ser colocados nas escolas sem a participação efetiva dos pais na educação”, disse.

As operações policiais estão atuando buscando diálogos com gestores de escolas e os pais de alunos. Além disso, as viaturas estão presentes acompanhado as entradas e saídas dos alunos.

O Nise foi criado após um adolescente de 12 anos  atacar e ferir colegas na tarde desta segunda-feira (10), em uma escola particular na zona sul de Manaus. O adolescente já tinha histórico de agressividade, exaltava massacres e levou outras armas dentro da mochila.

De acordo com a delegada Juliana Tuma, o adolescente apresentava  traços misógino e aversão a mulheres. O menor de idade responderá pelos atos infracionais de ato de terrorismo, lesão corporal e ameaça.

O grupo de trabalho anunciado pelo governo do Estado e a prefeitura de Manaus é baseado nas diretrizes do “Plano de ações integradas para a segurança nas escolas”, idealizado pelo governo em uma ação conjunta entre as secretarias estaduais.